quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Memórias de Branca Dias


"O Diogo combinara tudo com o mestre-negreiro, dera-lhe uma pepita de ouro, a única que possuía, toda a sua fortuna, escreveu-me, não suportava o Brasil sem mim, eu acreditei e senti-me agradecida, era o dinheiro do nosso futuro que ele jogava fora para me ter consigo..."

"... entrei de noite, num batel mal calafetado, e com água até aos calcanhares, a Beatriz aos gritos, apavorada, os outros seis agarrados a mim, a Guiomar fincou as unhas nas minhas coxas que me arranhou toda, o Jorge apertou-me os joelhos, ia-me fazendo tombar, tive de lhe dar um chapadão, e como dei a um dei a todos, para não gritarem nem chorarem, tinham medo do mar, também eu, mas uma mulher tem de se aguentar"











Imagem 

Branca Dias foi para o Brasil depois de ter estado presa nos Estaus. Como o próprio autor diz, pouco se sabe da vida desta mulher, mas com base em factos históricos, Miguel Real escreveu este livro que nos mostra a vida num engenho de açúcar, os primeiros anos de Olinda,  a resistência à adversidade. Podia muito bem ter acontecido assim.

Sem comentários:

Enviar um comentário