domingo, 28 de março de 2010

Derek Paravicini, um talento e um enigma



O que a música pode fazer pelos autistas

Derek é um pianista cego e parcialmente autista. Mas tem um dom extraordinário: tem a música dentro dele. Consegue lembrar-se de milhares de músicas que ouviu e compor a partir de duas ou três notas que lhe dêem.
Nasceu prematuro e, por acidente, o oxigénio que lhe foi dado na incubadora provocou-lhe graves lesões no cérebro.
À medida que foi crescendo foi revelando dificuldades de comunicação e de aprendizagem. Até que aos dois anos entrou para uma escola de cegos.
Um dia o professor de música estava ao piano, a ensinar uma menina, Derek empurrou-a, sentou-se e começou a tocar. Depois... o melhor é ouvir.

sexta-feira, 26 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

O jogo do Cadáver Esquisito *


Há dias lembrei-me de um jogo que fazia quando era miúda e decidi ensiná-lo às netas.
É um desenho colectivo mas com uma dificuldade que o torna muito engraçado. Dobrámos uma folha em partes iguais e escolhemos um tema, neste caso foi "Animais fantásticos".
A primeira desenhou no espaço de cima e dobrou a folha para esconder o desenho daquela que ía desenhar a seguir.
Fomos repetindo até termos desenhado em todos os espaços, sempre sem saber qual era o desenho que estava escondido.
Divertimo-nos imenso e este é um dos resultados
* Conceito criado pelos surrealistas.

Este blogue fez um ano

e eu fiz esta Pavlova de chocolate (receita da Nigella). Estava uma delícia, digo eu, as netas e a Ginga. Eu esqueci-me do prato na bancada da cozinha e ela não desperdiçou a oportunidade.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Actividades para crianças

Pais e avós, o Serviço Educativo do Arquivo Municipal da CML, vai fazer um atelier "Oferenda Fotográfica" para crianças dos 6 aos 12 anos. De 29 de Março a 1 de Abril.

Informações e marcações:
paula.cunca@cm-lisboa.pt
alexandra.nunes@cm-lisboa.pt
Arquivo Municipal de Lisboa /Arquivo Fotográfico
Telf: 21 884 40 60

quarta-feira, 17 de março de 2010

A Maria e a fonética

A Maria tem cinco anos e é a neta que vive em Londres. É perfeitamente bilingue, falando em casa um português fluente e sem sotaque. Na escola fala em perfeito inglês com os amigos e com os professores.
É uma excelente aluna e já aprendeu a ler. Em inglês. O curioso é que quando, em casa, lê os livros de histórias em português, enrola os erres e acentua as sílabas como uma inglesinha a falar português: á cása dash bô-ne-cash...

sábado, 13 de março de 2010

O Moinho do Diabo

Há duas ou três semanas, Ana, uma jovem brasileira, perguntava-me se eu conhecia a história do “Moinho do Diabo”.
Não conhecia, fiquei curiosíssima, e graças à Internet, acabei por descobrir a história incluída num trabalho da Professora Salma Ferraz da Universidade Federal de Santa Catarina no Brasil. Segui quase integralmente o texto publicado.

Agradeço à Rosário Adragão que me forneceu a pista: Hans Christian Andersen

Aqui está a história:

Era uma vez um moleiro que tinha uma grande família. Eram muito pobres e viviam num velho moinho construído num vale sem vento. E, como todos sabemos, sem vento não se movem as velas do moinho que fazem rodar a mó que tritura o trigo.
Todos os seus vizinhos moleiros tinham os moinhos em lugares onde o vento soprava e iam enriquecendo sem nunca lhes faltar trabalho.
O moleiro vivia muito infeliz sempre à espera de uma brisa que empurrasse as velas, mas nada, nem uma aragem.
Uma noite, o pobre homem desesperado por não conseguir alimentar a família, pôs-se a caminhar e decidiu subir a um monte.
À medida que subia, a estrada ia-se tornando mais ziguezagueante e o vento soprava cada vez com mais força. Quando chegou ao topo do monte olhou em redor e exclamou:
_“Era de um vento destes que eu precisava lá em baixo! Que desgraça não ter construído aqui o meu moinho!”.

Assim que acabou de dizer estas palavras, o vento transformou-se num redemoinho.
_“É verdade… que boa ideia, porque não o faz agora? Com um moinho aqui neste sítio poderia trabalhar e os seus filhos não passariam fome” Disse uma voz atrás dele.
O moleiro estremeceu, virou-se e viu um desconhecido que sorria sentado num penhasco.
_“Conhece-me? Conhece a minha vida?”
_“Claro que conheço! E até quero colocar-me ao seu serviço como construtor de moinhos. Sei construí-los melhor e mais depressa que todos os outros”
_”Mas eu não tenho dinheiro…”
O desconhecido continuou a sorrir e disse
_”Não há problema. Dê-me a sua alma em penhor e durante doze anos terá sucesso em tudo o que fizer. Vai ser o mais rico e invejado dos moleiros”-
O moleiro sentiu-se inquieto mas também interessado:
_ “Mas que garantias tenho eu que dar?”
O desconhecido deu uma terrível gargalhada e disse
_”Escreva o seu nome neste papel. Antes que o galo cante a primeira vez, o moinho estará pronto. Um moinho que será capaz de girar dia e noite mesmo que não haja vento”
_”Isso é fantástico…” disse o moleiro já meio convencido, “mas eu não tenho dinheiro para comprar os cereais… e além disso como é que um moinho pode ser feito em apenas uma noite?”
_”Eu trato disso. Se o moinho não estiver pronto antes que os galos cantem, fica desfeito o nosso trato. E em relação ao dinheiro, tome lá esta bolsa!”
O moleiro sentia as pernas a tremer, mas a tentação foi mais forte e agarrou na bolsa cheia de moedas.
_”Agora não vamos perder mais tempo! Assine!”, gritou-lhe o desconhecido que agora já não sorria. Dava terríveis gargalhadas.
O moleiro continuava a tremer amedrontado, mas mesmo assim assinou o papel.
Nesse momento ouviu-se um silvo que ecoou pelas montanhas, a noite clareou, a montanha tremeu, fendeu-se e das profundezas da terra surgiu uma multidão de estranhas criaturas que num infernal vaivém transportava troncos de árvore, blocos de granito e num abrir e fechar de olhos construiu um moinho.
Só faltava colocar a mó que já estava preparada junto a um precipício.
Ao ver que a obra estava quase pronta e que o dia estava a nascer, o moleiro apercebeu-se do erro que tinha cometido ao fazer um trato com o Diabo e desesperado correu para a mó, tirou a cunha que a segurava, empurrou-a para o precipício e correu para junto da família.
O diabo e os seus ajudantes soltaram um enorme grito, tentaram apanhar a mó, mas foi tarde demais, porque entretanto rompeu a aurora e os galos cantaram libertando o moleiro do horrível pacto que tinha feito.

Abrace a vida

sexta-feira, 12 de março de 2010

Fare il portoghese

Os italianos chamam portoghese às pessoas que entram nas festas sem serem convidadas ou nos espectáculos sem pagarem bilhetes.
A origem desta designação é engraçada, começou faz hoje 496 anos e não é nada desprestigiante para os portugueses. Pelo contrário.
Com os Descobrimentos, chegavam a Portugal vindos de África e do Oriente, especiarias, ouro, pérolas, madeiras e pedras preciosas. Chegavam também animais exóticos nunca vistos na Europa.

Para homenagear e impressionar o recém eleito Papa Leão X, D. Manuel I enviou uma embaixada com ofertas de jóias,macacos, papagaios, cavalos persas, uma pantera, leopardos, um rinoceronte (que morreu pelo caminho) e até um elefante coberto com um pano de veludo e com um cofre em cima do dorso.
No dia 12 de Março de 1514 chega a Roma uma fabulosa embaixada e o Papa em sinal de reconhecimento, dá ordem para que os portugueses tenham entrada livre em todas as festas que se realizem. O que aconteceu então, foi que os romanos para poderem entrar sem pagar diziam "io sono portoghese" e assim ficámos nós até hoje com esta fama...

quarta-feira, 10 de março de 2010

"Na Onda com o Vasco"

No Oceanário, em família, vamos aprender com o Vasco a proteger os Oceanos

Sábados e Domingos, das 10h30 às 12h00 de das 15h30 às 17h00

Idades: dos 5 aos 10 anos

Informações aqui

domingo, 7 de março de 2010

Alice

Fui até ao país das maravilhas. O chapeleiro é louco e uma magnífica criação de Johnny Depp. Mas a lagarta azul, o coelho branco, o insinuante gato Cheshire que aparece e desaparece (como qualquer gato que se preze), a tenebrosa rainha de copas e a flutuante rainha branca, os criados-sapos da rainha... cada personagem é um prodígio de expressividade, fantasia e cor. E Alice é uma menina muito inteligente que mesmo perdida, é determinada, corajosa e sabe o que quer. Agora vou voltar lá com os netos.
Recado para a Ana: ponha-se boa rapidamente.
Recado para Tim Burton: mãos ao trabalho para o próximo filme. Estou aqui à espera!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Avatar

Depois de várias tentativas frustradas, lá conseguimos e... o meu coração balança. As imagens de Pandora são muito bonitas e poéticas e a imaginação prodigiosa do Cameron e os efeitos especiais e a técnica mágica do 3D e 3 horas com uns óculos encavalitados sobre as lunetas a fazer pressão sobre o meu nariz e as pipocas do vizinho do lado e as explosões e... como é que os americanos resolvem as barbaridades em que se metem? Nos filmes há sempre um tipo muito herói... pois é isso!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Luta pelo controlo remoto

Uma orquestra de talentosos jovens dirigida por Gidon Kremer, brinca com a música. Divertidíssimo.

Também se pode ouvir um bocadinho de Vivaldi que faria hoje 332 anos

Olá Gina, obrigada.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Chopin nasceu a 1 de Março de 1810


Vou ajudar os netos traduzindo as legendas, porque a história da composição deste trecho é interessante.

Inicialmente esta "Valsa do Minuto", chamava-se "Valsa do Cãozinho".

Uma tarde Chopin e a mulher, George Sand, estavam no terraço do jardim a ver o cãozinho Marquis (Marquês) a andar à volta do rabo para o apanhar. Chopin foi para casa e traduziu em música o que acabara de ver.

E agora digo eu: A criatividade nasce do cuidado que se põe na observação atenta do que vamos vendo e ouvindo no dia-a-dia. Das situações mais banais podem nascer obras-primas. Nem todos podemos ser um Chopin... mas podemos sempre aprender a ver, a ouvir e dedicar tempo ao que nos rodeia e ao que temos dentro de nós.