Contra ele estão os fazedores de opinião, os comentadores e as estruturas partidárias. Todos têm a cabeça formatada para um único modelo de fazer política. As cumplicidades, as mentiras, os esquemas, o nepotismo já só provocam encolher de ombros tolerantes. Mas quando aparece alguém fora do esquema tentam desacreditá-lo.
Tenho ouvido comentários depreciativos em relação ao que Fernando Nobre disse no primeiro debate quando referiu a criança faminta que corria atrás da galinha para lhe tirar um bocado de pão. Uma profunda e inquietante imagem de miséria tem provocado sorrisinhos trocistas. Claro, a pobreza tem que ser limpa e distante. A chatice é que não é.
As dádivas para o Banco Alimentar são de louvar, mobilizam muita gente, mas a solução para a fome e a miséria, não está aqui, Professor Cavaco, está a montante. Todos os candidatos estão comprometidos com anos de Governo ou de Parlamento em que, ou estiveram alheados ou contribuíram directamente para o estado em que nos encontramos. A responsabilidade é a mesma Sr. Alegre. Pois, já todos sabemos isto mas não nos ralamos e continuamos a ouvi-los e a votar em mais do mesmo. Ou a não ouvir e não votar.
Não acredito nas apregoadas intenções de Manuel Alegre que quer agora ser justo e solidário e fazer pelos portugueses o que nunca fez quando pertencia a maiorias com poder de decidir. Esteve em Argel como resistente à ditadura e quando voltou para Portugal, não resistiu à comodidade de se encostar no Parlamento. Afinal sempre o calaram. Calou-se perante o desbaratar de dinheiro público em empresas públicas, fundações e parcerias e o diabo a sete.
Não acredito em Cavaco que quando foi primeiro-ministro deixou acabar com a frota pesqueira num país com a maior zona económica exclusiva da Europa. Dobrou a espinha até ao chão. Acabou com a agricultura porque os franceses exigiram. Obrigou os açorianos a deitar fora o leite para nós bebermos leite italiano.
Enquanto isso, Fernando Nobre corria o Mundo a salvar pessoas. Desalinhado. Dedicado. Sem consultores de imagem. Correndo o risco de não usar a gravata certa no momento exacto ou de não saber usar o discurso mais asséptico e demagógico. E isso que interessa?
Fernando Nobre já demonstrou pela prática de vida ser capaz de fazer a diferença e por isso eu acredito que como Presidente da República não enfeudado a interesses, pode estimular a sociedade civil para que se constitua numa força esclarecida e activa que possa também fazer a diferença.
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
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Plenamente de acordo, o meu bem haja pela sua análise concisa, e sobretudo lúcida!
ResponderEliminarSónia Teixeira